quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

QUINTA DE POESIA






TARDE HIBERNAL

Na palma da mão eu tinha
Um punhado de conchas
Depois, um de moedas
E, depois, um bolo de notas
Misturadas ao confete
Que foi parar junto à areia
No fundo dos bolsos...

Hoje eu vi um homem
De chapéu de feltro cinza
Jogando flores quase mortas
Na lata de lixo
Um recente capricho
Quem sabe, até um luxo

Depois, o mesmo homem
Se virou para rua e
Abanou para alguém que eu
Também não conhecia...

E na outra mão ele tinha
Um punhado de estrelas
Uma colher de sobremesa
De sal e uma outra
De cinza.

Paulo Corrêa Meyer

Wayne, 20/1/2016.

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